Manoel Marinho Alves
Nascimento: 28/1/1926, Porto da Barra-BA
Falecimento: 11/7/1961Período: 1947 a 1953 e 1955
Posição: Meia/Atacante
Títulos: Carioca (1947, 1949/50, 1952) Sul-Americano (1948)
"Maneca era um craque que chegou a São Januário em 1946 e logo ganhou status de ídolo. Era meio-campo, mas atuava também como ponta-direita e centroavante. Tinha uma habilidade fora do comum, dribles curtos e uma ótima visão para lançamentos. Quem o viu jogar garante que foi um dos jogadores mais habilidosos da história do futebol brasileiro. Mas a torcida o amava por outro motivo: era especialista em marcar contra o Flamengo." (Placar “Quem é quem” - 581 Craques do Brasil)
Ademir, Barbosa, Ely, Augusto, o técnico Flávio Costa e Maneca (Foto publicada na Placar, "As Maiores Torcidas do Brasil" - Vasco, 1979) |
Djalma e Maneca (Foto: Esporte Ilustrado) |
Na Copa do Mundo de 1950, estreou contra o México pela ponta-direita no lugar de Tesourinha, que operara os meniscos, e entrou em sua verdadeira posição contra a Suíça. Nos jogos seguintes, contra a Iugoslávia e Suécia, Flávio Costa resolveu colocá-lo de novo na ponta. Um estiramento o afastou dos jogos contra a Espanha e o Uruguai. O que ele ficou abalado com a perda da Copa só a irmã dele, Bernardina, viu. Totalmente angustiado, chegava a ter desmaios.
Inteiro em 1951, chegou o dia da forra: um jogo contra o Peñarol, base da Seleção Uruguaia de 1950, em Montevidéu. Ainda no vestiário do Estádio Centenário, a promessa de Maneca: se na primeira bola desse um drible em Obdulio Varella, ninguém iria segurá-lo. E no primeiro lance em que se viu frente a frente com El Gran Capitán, com El Negro Varela, Maneca parou diante de Obdulio e balançou o corpo, fingindo que ia sair pela direita e cortou para a esquerda. O danado do Obdulio se recuperou, girou tentando parar Maneca, que não resistiu à tentação e tocou a bola entre as fortes pernas do uruguaio, tido como o herói da Copa de 1950. Daí para frente ninguém segurou Maneca. O baiano foi grande, naquele Peñarol x Vasco de 1951. Foi o maior jogador do mundo por 90 minutos. Sua atuação chegou a tal altura que a torcida do Peñarol aceitou com resignação o 3 a 0. E, no dia seguinte, jornais brasileiros e uruguaios só falavam no seu nome.
Após o título carioca de 1952, Maneca voltou para Salvador, tornando-se campeão pelo Bahia em 1954. Apertou a saudade, e ei-lo de volta a São Januário, dividindo o tempo entre a bola e a venda de automóveis. Mas não era o mesmo. Tentou de novo o Bahia, em 1957, depois o Bangu (rescindiu o contrato por causa de uma antiga contusão no joelho) e voltou de novo a Salvador, acolhido pelo Galícia, o clube que o revelou. Contudo, já era um homem com fortes crises de depressão. Acabou tomando uma dose violenta de veneno e morreu no dia 11 de julho de 1961." (Placar, "As Maiores Torcidas do Brasil" / Vasco - compilação dos textos publicados nas edições de 1979 e 1982)
A primeira conquista de Maneca com a camisa cruzmaltina:
Campeão Carioca Invicto de 1947
O TÍTULO MAIOR: Campeão Sul-Americano (1948)
Djalma, Maneca, Friaça, Ademir e Chico ataque vascaíno que enfrentou o Nacional. (Foto: Esporte Ilustrado) |
Maneca participou dos seis jogos na conquista de 1948 no Chile.
Fez um gol na vitória sobre o Nacional do Uruguai (Vasco 4x1) pela segunda rodada no Sul-Americano.
A FANTÁSTICA VIRADA: VASCO 5X2 FLAMENGO (1949)
- 2 gols de Maneca
No dia 21 de agosto de 1949, aniversário do Vasco, São Januário recebeu o Flamengo de Zizinho e Jair (que foi ídolo da torcida vascaína) para um jogo memorável! A partida era pelo primeiro turno do Campeonato Carioca e uma goleada do Vasco da Gama abriu uma grande crise no Flamengo.
Mesmo desfalcado do seu centroavante Heleno de Freitas, o Vasco jogou seu grande futebol e superou seu adversário tecnicamente mais fraco. A crise foi porque alguns dirigentes achavam que teriam possibilidades de derrotar o Vasco em São Januário. E como estavam confiantes, os 5x2 foi demais.
Nestor, Maneca, Ademir, Ipojucan e Mário. Linha de ataque no jogo Vasco 5x2 Flamengo (21/08/1949) Foto publicada no Livro do Centenário |
“Uma virada de jogo inesquecível: o Vasco perdia – desculpe-nos, perdíamos de 2 a 0 – contra o Flamengo. O noticiário de véspera anunciava que o Flamengo iria armar um esquema capaz de anular o Ademir, que era o grande goleador do time. E o estratagema estava dando resultado, pois o time do Vasco não se encontrava em campo. Foi aí que Flávio Costa fez uma coisa maravilhosa: recuou Ademir, colocando-o para armar as jogadas, e adiantou Maneca, como centroavante, no meio dos beques do Flamengo. Ganhamos de 5 a 2 e Ademir fez a sua mais brilhante exibição.” (Sérgio Cabral – Placar, “As maiores torcidas do Brasil” / Vasco, 1979)
Ademir brilhou e Maneca fez dois gols fundamentais: o gol do empate (aos 27 minutos do primeiro tempo) e o gol da virada (aos 8 minutos do segundo tempo). Os outros gols foram de Danilo, Nestor e Ipojucan.
Obs.: Com uma linha de ataque espetacular (Nestor, Ademir, Heleno de Freitas, Maneca, Chico, Ipojucan, Mário), o Vasco marcou 84 gols em 20 jogos no Campeonato Carioca de 1949. E, com duas rodadas de antecedência, foi Campeão Invicto (mais uma vez!) ao vencer o Madureira por 3x1.
O PRIMEIRO CAMPEONATO DO MARACANÃ
Alfredo II, Maneca, Ademir, Ipojucan e Dejair Linha de Ataque de 1950 |
MANECA |
Maneca nos títulos cariocas:
1947
18 partidas; 14 gols
1949
18 partidas; 14 gols
1950
19 partidas; 13 gols
1952
14 partidas; 7 gols
Fontes:
- Revista Placar (Edição Especial "As Maiores Torcidas do Brasil", Vasco - edições de 1979 e 1982)
- Blog SÓ VASCO DA GAMA (http://sovascodagama.blogspot.com/)
- Site do Mauro Prais (www.netvasco.com.br/mauroprais)
- Livro "UM EXPRESSO CHAMADO VITÓRIA", Alexandre Mesquita e Jefferson Almeida
- Revista Placar "Quem é quem", 581 Craques do Brasil
- Livro Oficial do Centenário
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