terça-feira, 30 de agosto de 2011

MAZZAROPI

Geraldo Pereira de Matos Filho
Nascimento: 27/01/1953, Além Paraíba (MG)
Período: 1970 a 1978; 1980 a 1983.
Posição: Goleiro
Títulos: Taça Guanabara (1976), Carioca (1977, 1982)


             "O PÉ-QUENTE"










Maaaaazzarooopiiii!!!!  Era o que eu gritava, após realizar uma defesa, quando era goleiro nas peladas de infância com os meus amigos.
Comecei a “acompanhar” o futebol em 1976/1977... Mazzaropi era o goleiro do Vasco, o goleiro que pegou as cobranças de pênaltis em jogos decisivos contra o tradicional rival... o Flamengo. Foram as minhas primeiras alegrias no mundo do futebol! Foram as primeiras taças que vi o Vasco levantar. E nosso goleiro  "pé-quente" era responsável, em grande parte, pela emoção que tomava conta do meu coração infantil! (obrigado Mazzaropi! muito obrigado!)

O jovem Mazzaropi, último jogador em pé, da esquerda para direita, no juvenil do Vasco
no início dos anos 70. Agachados, no centro, estão Gaúcho e Roberto.


“O apelido "Mazzaropi", nasceu quando chegou ao Vasco. Pelé marcara seu gol 1.000 no goleiro vascaíno Andrada há poucos meses, quando o jovem Geraldo se apresentou ao clube do Rio de Janeiro. Era o ano de 1970 e ele vinha da cidade mineira de Além Paraíba, onde nascera em 1953. Menino calado, o mineirinho foi logo comparado ao famoso humorista que se destacava por encarnar o caipira interiorano. O caipira mineiro que, apesar de ter defendido o Vasco até 1984 - embora com algumas curtas transferências para outros clubes nesse período -, jamais se acostumou com a vida conturbada da capital carioca...” (UOL Esporte, 2007 - Pelé.Net)



(foto: Agência GazetaPress)

“... Mazzaropi começou nos juvenis, em 1970, como reserva de Aiube. No ano seguinte, quando seria sua vez de ir para o gol, contrataram o Brasília. Até que chegou o Alfredo Abraão e me disse: “menino, se você quiser trabalhar, será nosso titular e futuro goleiro dos profissionais”.
Era o que Mazzaropi sabia e gostava de fazer. Trabalhou firme, foi campeão juvenil e em 1973 era o reserva do reserva de Andrada. Sua grande chance veio em 1975, quando Andrada teve um problema de coluna e Zé Luís operou os joelhos.
- Seu Travaglini me lançou. Fiquei 11 jogos sem tomar gols. No jogo contra o Sergipe defendi um pênalti e a vitória de 1 a 0 classificou o Vasco para as semifinais do Brasileiro.
No final de 75, Andrada foi vendido e Mazzaropi assumiu a posição até a chegada de Leão em 1978." (Revista Placar n.523, maio/1980)



“BRILHA A ESTRELA DE MAZZAROPI E VASCO VENCE TAÇA GB”
O site NETVASCO publicou uma matéria no dia 13 junho de 2006 recordando a conquista da Taça Guanabara de 1976:

"Neste dia 13 de junho a Nação Vascaína comemora 30 anos do título da Taça Guanabara de 1976, conquistado nos pênaltis em cima do arqui-rival Flamengo.
Vasco 1976 (poster da Placar)

A Taça Guanabara de 1976, primeiro turno do Campeonato Carioca, teve a participação de 15 equipes. Pela primeira vez clubes do interior, como Americano, Goytacaz e Volta Redonda, participavam do certame devido à fusão entre os estados da Guanabara e do Rio de Janeiro ocorrida dois anos antes. Vasco e Flamengo terminaram o turno empatados com 11 vitórias, dois empates e uma derrota cada um (24 pontos na contagem da época) e tiveram que decidir o título num jogo extra.

A decisão, disputada num domingo, arrastou 133 mil torcedores ao Maracanã. Logo aos seis minutos de partida, Roberto Dinamite recebeu uma cotovelada de Rondinelli dentro da área. O árbitro Agomar Martins marcou pênalti, que o próprio Dinamite cobrou para abrir o marcador. O Flamengo empatou aos 22 minutos do segundo tempo com Geraldo, após receber passe de Edu.


Mazzaropi levanta a Taça GB/76
 O empate por 1 a 1 obrigou a realização de uma prorrogação, que terminou sem gols. Na decisão por pênaltis, o Flamengo fez 1 a 0 e Abel desperdiçou o primeiro tiro vascaíno. Seguiram-se três cobranças bem-sucedidas para cada lado até que Zico, com seu time liderando a contagem por 4 a 3, só precisava converter seu pênalti para encerrar a disputa. Mas o Galinho - que é pé-frio não é hoje - chutou para a defesa de Mazzaropi, então um jovem goleiro que substituía o consagrado Andrada. Roberto Dinamite converteu sua cobrança - 4 a 4 - e Geraldo chutou para nova defesa de Mazzaropi. Coube então ao lateral recém-promovido dos juvenis Luís Augusto fazer o gol do título - um título que o Vasco não conquistava desde 1965, quando havia se sagrado o primeiro campeão da Taça Guanabara.

Na sequência do Campeonato, o Botafogo ganhou o segundo turno e, o Fluminense, o terceiro. O América venceu uma repescagem e ganhou o direito de disputar o quadrangular final, que terminou com Vasco e Fluminense empatados na ponta. Os dois clubes decidiram o título num jogo extra e a taça foi para as Laranjeiras. Mas a conquista da Taça Guanabara na primeira decisão por pênaltis entre Vasco e Flamengo já havia entrado para a História." (NETVASCO)




O CAMPEONATO CARIOCA DE 1977

"O Vasco ganhou o Campeonato Carioca de 1977 sem dar chances aos rivais. Foram 25 vitórias em 29 partidas, sendo que o time não tomou gol em 17 jogos consecutivos. Mazzaropi no gol e a linha de zagueiros com Orlando, Abel, Geraldo e Marco Antônio formavam a defesa que levou apenas 5 gols na competição. A ínfima média de 0,17 por partida é a melhor de todos os tempos do Campeonato. Para se ter uma idéia do desempenho do quinteto, nenhum jogador do Flamengo, do Botafogo e do Fluminense fez gol em sete clássicos disputados contra o Vasco.
Vasco Bi Campeão da Taça Guanabara (76/77)
na foto: Zandonaide, Marco Antônio, Mazzaropi, Zanata, Abel e Ramon
(acervo do atacante Ramon)

O Vasco que ganhara a Taça Guanabara, terminou o returno com os mesmos 26 pontos do Flamengo. Foi necessário, então, um jogo extra contra o Flamengo para decidir o returno. Se o Vasco ganhasse, conquistaria o título carioca. Se o Flamengo fosse o vencedor, as duas equipes disputariam ainda a melhor de três. Num jogo nervoso, o placar não saiu do zero no tempo normal e na prorrogação. A decisão ficou pra os pênaltis. Mazzaropi espalmou a quarta cobrança rubro-negra, do garoto Tita, e Roberto converteu a quinta cobrança do Vasco. Vitória por 5x4 de uma equipe inesquecível. (Revista Placar – Grandes Clubes “Vasco, O Expresso da Vitória”, publicada em 1999)

Mazzaropi defende a cobrança de pênalti do jovem Tita

VASCO - CAMPEÃO CARIOCA DE 1977
Mazzaropi, Orlando, Abel, Geraldo, Zanata, Marco Antônio e Titio Fantoni
Pai Santana, Wilsinho, Zé Mário, Roberto Dinamite, Dirceu e Paulinho



Em 1978 o Vasco contrata Leão, o goleiro da Seleção Brasileira. E assim, Mazzaropi torna-se reserva. (confesso que fiquei com bronca do Leão...)


Foto da Revista Placar
"... Na noite em que os alto-falantes do Maracanã anunciaram pela primeira vez o nome de Leão na escalação do Vasco, a torcida reagiu aos gritos: “ Mazzaropi, Mazzaropi, Mazzaropi, Mazzaropi.” Naquele momento, nem o impacto pela contratação do goleiro da Seleção Brasileira era capaz de apagar da memória dos vascaínos as grandes atuações de Mazzaropi. Especialmente os pênaltis que defendeu, em duas decisões contra o Flamengo, e que acabaram rendendo dois títulos para o Vascão.


... ... Leão chegou a São Januário com status de super estrela. Há poucos dias brigou com o clube, foi afastado dos treinamentos, e está com o passe à venda. Nesse momento, Mazzaropi volta à cena para ocupar o lugar que sempre foi seu – no gol do Vasco e no coração da torcida. Uma volta meio constrangedora para o caráter extremamente dócil deste mineiro de 1,80m de altura.
Mazzaropi fala de Leão com absoluta naturalidade:
- Preferia ganhar a posição brigando por ela dentro de campo... Faço questão de dizer que aprendi muito com o Leão, profissionalmente.
(trechos da matéria publicada na Revista Placar n.523, maio/1980)




A passagem pelo Coritiba em 1979


Chamada da matéria da Revista Placar (n. 463, mar 1979)
para a apresentação de Mazzaropi no Coritiba

- Um dia, apareceu um dirigente do Coritiba e me levou por empréstimo. Fui disposto a provar que era um bom goleiro. Voltei campeão e de alma lavada, mesmo perdendo dinheiro. Era um desafio profissional e eu queria enfrentá-lo. Afinal tratava-se de substituir Manga, um monstro sagrado do nosso futebol. Acho que me saí bem, o torcedor do Coritiba não tem motivo de queixas.

Nem os do Vasco. O carinho que a torcida tem pelo jogador pode ser medida pela frase de uma torcedora à saída de São Januário: Olha lá o Mazzaropi. Ele é um tremendo pé-quente!" (Revista Placar n.523, maio/1980)


Mazzaropi e o eterno Barbosa
(foto do acervo ABI)

"Náutico, Coritiba e Figueirense, mas Vasco da Gama e Grêmio são dois clubes que têm uma marca muito forte na minha história, na vida profissional. No Vasco da Gama foram cerca de 15 anos, é uma vida! Foram 5 anos nas categorias de base. Foi o clube que me projetou. Tive grandes momentos no Vasco da Gama. Para mim, era um orgulho muito grande defender a Cruz de Malta. Depois tive a oportunidade de ir para um outro grande clube, como o Vasco da Gama, que foi Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, onde tive as minhas duas maiores conquistas como atleta - a Libertadores e o Mundial", disse ao repórter Jorge Eduardo, da Rádio Globo  (trecho da entrevista publicada em 2008 no site Super Vasco)





Mazzaropi, Rosemiro e Ivan - corte do poster da Placar
Vasco Campeão Invicto do segundo turno do Carioca/81
“Ele foi campeão por todos os times que defendeu. Só isso já seria suficiente para falar que Mazzaropi é um grande vencedor na carreira. Mas, além disso, ele tem no currículo passagens por grandes equipes do futebol brasileiro e chegou atuar uma vez pela seleção nacional. Ao encerrar a carreira, trabalhou durante dez anos como treinador de goleiros no Japão. Atualmente é técnico. Dirigiu o Vilhena Esporte Clube (VEC) de Rondônia, o Guarani de Venâncio Aires (RS). Em 2009, assumiu o Santo Ângelo, da segundona gaúcha.” (site Terceiro Tempo – Milton Neves)



Futebol Cards Ping Pong
(coleção do final dos anos 70) 
É digno de registro o recorde mundial batido pelo goleiro Mazzaropi: 1.816 minutos sem levar gol, de 18 de maio a 7 de setembro de 1977. Este recorde está de pé até hoje e é reconhecido pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas de Futebol). (site do Mauro Prais)

"O carismático goleiro do grande time do Vasco campeão estadual de 1977 só disputou uma partida pela Seleção (não oficial), mas conquistou muitos títulos nos clubes pelos quais passou. Pelo Vasco, além do Estadual de 77, ganhou o de 1982, já como reserva de Acácio. Transferiu-se para o futebol gaúcho, onde ganhou o hexacampeonato Estadual (85 a 90), a Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes (1983) pelo Grêmio. Tornou-se treinador de goleiros."  (Revista do LANCE - Série Grandes Clubes, 2001)





Títulos conquistados:

No Grêmio, sua conquista mais expressiva:
Campeão Mundial de Clubes (1983)
*Vasco/Campeão da Taça Guanabara (1976)
*Vasco/Campeão Carioca (1977)
*Coritiba/Campeão Paranaense (1979)
*Vasco/Campeão Carioca (1982)
*Grêmio/Campeão da Taça Libertadores da América (1983)
*Grêmio/Campeão Mundial de Clubes (1983)
*Náutico/Campeão Pernambucano (1984)
*Grêmio/Hexa - Campeão Gaúcho (1985 - 1990)
*Grêmio/Campeão da Copa do Brasil (1989)






Mazzaropi em 2009, quando assumiu o Santo Ângelo (RS) como técnico
(foto de Tiago Vianna)



Fontes:
- Revista Placar n.523, maio de 1980;
- Revista Placar n.463, março de 1979;
- Placar – Grandes Clubes (“Vasco, O Expresso da Vitória”), 1999;
- LANCE, Série Grandes Clubes, "As 10 maiores glórias do Vascão, 2001)
- site NETVASCO (http://www.netvasco.com.br/);
- site do Mauro Prais (www.netvasco.com.br/mauroprais);
- site Super Vasco (http://www.supervasco.com.br/);
- Terceiro Tempo (http://terceirotempo.ig.com.br/);
- UOL Esporte (http://noticias.uol.com.br/ultnot/esporte/2007/07/03/ult2657u138.jhtm).









9 comentários:

  1. Ola' Ricardo,

    Ficou excelente esse post sobre o nosso Mazza. Ele nunca chegou `a selecao, mas nao deixava a desejar em absolutamente nada para a torcida vascaina: Sempre pegava tudo contra o rival, ate' penalti. Goleiro menos vazado num campeonato estadual na era do Maracana, levando apenas 5 gols em 29 jogos. Aquele time mitologico de 1977 e' o meu favorito.

    Me lembro do time juvenil campeao carioca de 1971, mostrado na foto, onde o goleiro titular era o Brasilia e o reserva era o Mazza. So' no ano seguinte e' que ele se tornou titular.

    Um abraco,

    Mauro

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  2. Obrigado, Mauro!
    É sempre um prazer encontrar um comentário seu aqui!
    Desejava fazer o post sobre o Mazza porque foi o primeiro goleiro que idolatrei!
    Com relação à seleção, realmente eu não lembro dele sendo convocado, mas consta essa informação numa revista do LANCE sobre o Vasco e também no site do Milton Neves (não muito confiável...rsrs). Eles mencionam a convocação de Mazzaropi para um jogo não oficial.
    Procurei verificar no livro "Seleção Brasileira 1914 - 2006" de Roberto Assaf e Antonio Carlos Napoleão, mas lá não consta nada sobre o Mazza...
    Uma coisa é certa: o goleiro do nosso inesquecível Vasco de 1977 tinha que estar entre os selecionados para um post no blog "Os Gigantes da Colina".
    Forte abraço!

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  3. olá, mechamo Eduardo , gostaria tanto de saber como falar com o Mazaropi pois aminha avò era prima dele e conheci a um tempo atraz sua familia , la em Porto Novo do Cunha em Minas Gerais , um abraço .

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  4. Mazzaropi era melhor que aquela porcaria de Valdir Perez e Serginho (Botafogo) juntos. Merecia ter sido o goleiro da selecao

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  5. Sou gremista e meu time teve grandes jogadores em sua história, mas meu maior ídolo segue sendo o grande Mazaropi.

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  6. Era uma dura disputa, LEÃO e MAZZAROPI. Se o Vasco tinha um grande goleiro, porque ir buscar outro? Ninguém entende ninguém

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  7. Mazaropi meu idolo me trouxe as maiores alegrias defendendo meu time Gremio merecia ter chegado a seleção. Obrigado mestre.

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  8. Mazza era um gigante , minha infância se passou com meu time do coração , o Vasco nos jogos de botões. Onde os únicos que eram insubstituíveis na brincadeira de jogos de botões ; eram Mazzaropi e Roberto Dinamite.

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